segunda-feira, 26 de agosto de 2019

AMÉRICA INDIGNADA : "A MURALHA DOS ESTADOS UNIDOS", de Teresinka Pereira







"A Muralha"  da Vergonha da América  
(Ilustração : Portal CARTA MAIOR  
(www.cartamaior.com.br) 




Na fronteira entre o México e USA 
já começaram a construir  
uma ampla e vergonhosa Muralha.  


A "Muralha" vai constar na história 
das nações, como um visível 
e silencioso grito para espantar  
os imigrantes que chegam do Sul, 
com suas aspirações ao fictício 
"sonho norte-americano".  


A Muralha é um artifício  
para encerrar no mesmo cárcere  
os guardas e os prisioneiros.  
Ela marca a regressão da humanidade 
à usura feudal e à miséria dos trabalhadores.   
A Muralha faz aumentar o contrabando, 
 o tráfico e a escravidão do ser humano.  


Dentro da Muralha será enterrado 
um coração de ferro (americano) 
e, junto a ele, outro coração 
de sangue obreiro.  Eles estarão 
unidos nessa torre de ninguém, 
nesse chão sem dono, 
sob um horizonte sem céu, 
como duas lágrimas transeuntes 
no deserto.


(Poema incluído na antologia inédita
AMÉRICA INDIGNADA - Livro 2 -, 
a ser lançada pela Ebooks Panamerica  
- www.ebookspanamerica.com ) 



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TERESINKA PEREIRA -  Nasceu no Brasil e tem residência 
nos Estados Unidos desde a época da ditadura militar no seu país  
(década de 1960). É presidente da Associação Internacional 
de Escritores e Artistas (IWA), uma organização que tem mais de 
1.400 membros nos cinco continentes.  
Escritora premiada e Doutora distinguida em Universidades 
de diversos países, recebeu, entre outros prêmios literários 
internacionais, o Prêmio Mundial de Poesia, na China, em 2006.  

quinta-feira, 25 de abril de 2019

EM NOME DO BRASIL : "O OUTRO BRASIL QUE VEM AÍ", DE GILBERTO FREYRE






Divulgação do poema  
O OUTRO BRASIL 
QUE VEM AÍ , de Gilberto Freyre 
(Escrito em 1927 e publicado em 1962) 


O OUTRO BRASIL QUE VEM AÍ 


Eu ouço as vozes 
eu vejo as cores 
eu sinto os passos 
de outro Brasil que vem aí 
mais tropical 
mais fraternal 
mais brasileiro. 
O  mapa desse Brasil em vez das cores dos estados  
terá as cores das produções e dos trabalhos. 
Os homens desse Brasil em vez das cores das três raças 
terão as cores das profissões e regiões.  
As mulheres do Brasil em vez das cores boreais  
terão as cores variamente tropicais. 
Todo  brasileiro poderá dizer : é assim que eu quero o Brasil, 
todo brasileiro e não apenas o bacharel ou o doutor, 
o preto, o pardo, o roxo e não apenas o branco e o semibranco. 
Qualquer brasileiro poderá governar 
esse Brasil 
lenhador 
lavrador 
pescador 
vaqueiro 
marinheiro 
funileiro 
carpinteiro 
contanto que seja digno 
do governo 
do Brasil 
que tenha olhos  para ver pelo Brasil, 
ouvidos para ouvir pelo Brasil 
coragem de morrer pelo Brasil 
ânimo de viver pelo Brasil 
mãos para agir pelo Brasil 
mãos de escultor que saibam lidar 
com  o barro forte e novo dos 
Brasis 
mãos de engenheiro que lidem com 
ingresias  e tratores europeus e 
norte-americanos a serviço do Brasil 
mãos sem anéis (que os anéis não  
                      deixam o homem criar nem 
trabalhar), 
mãos livres 
mãos criadoras   
mãos fraternais de todas as cores    
mãos desiguais que trabalhem por 
um Brasil sem Azeredos, 
sem Irineus
 sem Maurícios de Lacerda. 
Sem mãos de jogadores
nem de especuladores nem de 
mistificadores. 
Mãos todas de trabalhadores, 
pretas, brancas, pardas, roxas, morenas, 
de artistas 
de escritores 
de operários 
de lavradores 
de pastores 
de mães criando filhos  
de pais ensinando meninos  
de padres benzendo afilhados  
de mestres guiando aprendizes 
de irmãos ajudando irmãos mais  
 moços 
de lavadeiras lavando 
de pedreiros edificando 
de doutores curando 
de cozinheiras cozinhando 
de vaqueiros tirando leite de vacas 
chamadas comadres dos homens. 
Mãos brasileiras 
brancas, morenas, pretas, pardas, 
roxas 
tropicais 
sindicais 
fraternais.  
Eu ouço as vozes 
eu vejo  as cores 
eu sinto os passos 
desse Brasil que vem aí. 


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Poema incluído no ebook  EM NOME DO BRASIL 
- Antologia Poética do Século 20, organizada por Juareiz Correya, 
a ser lançada no segundo semestre deste ano 
na Ebooks Panamerica  - www.ebookspanamerica.com  

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

AMÉRICA INDIGNADA : "CONVIVENCIA", DE LUCIANO TOLEDO






Luciano Toledo 
na "Feira do Livro Junín 2018" 



Hay remedios que no tienen dolores 
cicatrizes que no tienen heridas 
nostalgias que no tienen pasado 
y amores que no tienen amor  


También 
hay hambre 
pobreza 
miedo 
y multinacionales 




(Transcrito do ebook inédito 
AMÉRICA INDIGNADA, 
organizado por Juareiz Correya 
e Hector Pellizzi) 

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LUCIANO TOLEDO - Periodista y escritor nacido en Junín 
de Buenos Aires (Argentina).  Dirige el mensual "Imagen 
Deportiva" y conduce "La Manãna de UNNOBA", 
en la emisora de la Universidad del Noroeste de Buenos 
Aires.  Publicó Tinta Sudaca (2013) y El Amor 
en los Tiempos de Messi (2018).  

segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

"AMÉRICA INDIGNADA" : TRILOGIA POÉTICA REUNIRÁ 18 PAÍSES







AS AMÉRICAS 
(Google Imagens) 




          Ainda neste primeiro semestre de 2019, a Panamerica Nordestal Editora, do Recife, lançará o Livro 1 da trilogia AMÉRICA INDIGNADA - Poetas Contemporâneos das Américas, com autores da Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba e México.  O livro eletrônico será publicado na loja EBOOKS PANAMERICA - www.ebookspanamerica.com -, da Editora, e nas principais livrarias eletrônicas  do Brasil, Américas e Europa.  No Brasil, serão realizados recitais e exposição multimídia.  

          Até o ano 2020, os poetas organizadores Hector Pellizzi (Argentina) e Juareiz Correya (Brasil) planejam os lançamentos do Livro 2 - com poetas da Bolívia, Canadá, Costa Rica, Equador, Nicarágua e Peru - e do Livro 3 - reunindo poetas de El Salvador, Estados Unidos, Guatemala, Paraguai, Uruguai e Venezuela.   





          

sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

AMÉRICA INDIGNADA : "NOITE DO GOLPE", de Iremar Marinho






Iremar Marinho
(Maceió, AL) 




Calada noite de abril.  
Notícia: fala obscura 
das feras no seu covil.  


Noite calada de abril, 
notícia do fim de tarde, 
do fim da festa Brasil.     


Noite agitada das botas. 
Noite ultrajada do golpe. 
A noite dos lobisomens. 



(Transcrito da antologia inédita     
AMÉRICA INDIGNADA, 
organizada por Juareiz Correya 
e Hector Pellizzi) 



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IREMAR MARINHO  - Nasceu em União dos Palmares (AL)
e vive, há muitos anos, na capital alagoana.  É publicitário e  
advogado. Como jornalista e editor, desenvolveu atividades 
profissionais nos principais jornais, rádios e emissoras de 
televisão de Maceió.  Editou a seção "Mural de Poemas", 
do jornal EXTRA - AL, tem poemas publicados no Brasil e em 
Cuba, e publica o blog literário BESTIÁRIO ALAGOANO 
(http://bestiarioalagoano.blogspot.com.br)